O ministro das Minas da Guiné, M. Lamine Fofana, disse que as alegações da BSG Resources (BSGR), sócia da Vale na mina de minério de ferro de Simandou, são “insultantes, fantásticas e contraditórias”. A empresa alega que as negociações entre o governo da Guiné e o BTG Pactual podem extrapolar a assessoria financeira e levar o banco brasileiro e a companhia B&A, de Roger Agnelli, a terem o domínio sobre as operações das jazidas de Simandou.
“As negociações que move atualmente o estado da Guiné com seus potenciais parceiros [BTG e B&A] se desenvolvem dentro de um quadro perfeitamente legal, aberto e transparente”, disse Fofana.
“Nós consultamos BTG Pactual e B&A para o financiamento da futura linha ferroviária Transguinée e para outras obras de infraestrutura ligadas à ferrovia”, acrescentou o ministro. De acordo com Fofana, “as alegações segundo as quais as tratativas em curso seriam ligadas à exploração dos blocos 1 e 2 de Simandou [onde se localiza o projeto da joint venture da Vale e da BSGR] são absolutamente falsas”.
Ele disse que os detalhes do acordo entre as parte serão levados a público depois da conclusão de um acerto preliminar. Ao comentar a atitude do BSGR, o ministro sublinhou que ela é “um contrasenso dada a formidável obra com nossos parceiros no interior da Guiné, para transformar o potencial mineral do país em uma realidade industrial e econômica que beneficia a todos”.
O ministro frisou que todas as negociações não estão limitadas unicamente no seu ministério, mas são todas reportadas ao presidente Alpha Condé. Fofana disse que o filho do presidente Condé, Alpha Mohamed Condé, participou na qualidade de conselheiro da delegação guienense que esteve recentemente no Brasil. Ele frisou ainda que são falsas as alegações segundo as quais o governo da Guiné quer ver a Vale “sozinha” em Simandou.
Fofana lembrou que as grandes mineradoras, como Vale, Rio Tinto e Chinalco são importantes para agregar valor efetivo ao projeto de Simandou, que tem uma das maiores reservas de minério de ferro do mundo em volume e valor.
“A reforma do marco regulatório da mineração da Guiné resulta de um diálogo legal e competitivo depois que a Guiné fez a sua transição democrática, em 2010”, disse. Fofana acrescentou que o Estado atua para ter uma parceria responsável, com ganho de lado a lado com todos os seus parceiro, “sem exclusão”.
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