O grupo sueco SKF, um dos maiores produtores mundiais de rolamentos, decidiu participar do crescimento da indústria de petróleo e gás no Brasil. Presente no país desde 1915, a empresa colocou em operação no país uma divisão para o setor naval, a SKF Marine Industry Service Centre. A meta da divisão é crescer entre 35% e 40% ao ano. A expansão vai ser sustentada, em grande parte, pelo fornecimento de produtos e pela prestação de serviços de manutenção para empresas que operam navios de apoio às plataformas de petróleo e gás.
Esse pode ser o primeiro passo da SKF para vir a montar ou até fabricar no país equipamentos aplicados à área naval. Em um primeiro momento, os componentes serão importados de unidades da empresa na Europa, Ásia e Estados Unidos. A empresa começou a operar em abril um centro de serviços em Macaé, onde se concentra a indústria de petróleo no Rio, e não descarta montar estruturas semelhantes em Santos (SP) e Vitória (ES).
Tradicional fornecedora de rolamentos para a indústria automotiva, a SKF despertou para três novos segmentos que estão crescendo no Brasil: naval, óleo e gás e energia. Donizete Santos, presidente da SKF Brasil, disse que a empresa quer marcar presença nesses setores no país. Ele afirmou que o grupo tem uma estratégia na área de pesquisa e desenvolvimento voltada para os BRICs, acrônimo que designa Brasil, Rússia, Índia e China.
Os três segmentos de negócios devem responder juntos por um faturamento de R$ 50 milhões na SKF Brasil a partir de 2015, mais de quatro vezes a receita esperada pela empresa nesses setores para 2012, de cerca de R$ 12 milhões. No ano passado, a SKF faturou no total R$ 800 milhões no país, onde tem uma fábrica em Cajamar (SP) que produz rolamentos para veículos leves.
Santos disse que a futura montagem ou fabricação no Brasil de equipamentos usados pela área naval vai depender de escala: "Estamos começando a fazer estudos para medir a consistência do crescimento do setor", disse Santos. Outro ponto considerado é a competitividade do Brasil para exportar levando em conta pontos como a taxa de câmbio.
Ricardo Amaral, gerente para o segmento naval da SKF na América Latina, disse que a expansão da indústria de óleo e gás levou vários clientes da empresa a se instalarem no país. Essa decisão fez com que a SKF também criasse uma estrutura para atender o mercado naval brasileiro. O foco recai em barcos offshore, mas também inclui petroleiros, graneleiros e navios de contêineres. Só em navios petroleiros o Brasil é a quarta carteira de encomendas do mundo e pode chegar ao terceiro lugar à frente do Japão.
Para todos esses tipos de navios, a SKF pode fornecer rolamentos, vedações, sistemas de lubrificação e produtos de acoplamento do eixo de propulsão, além de equipamentos para monitoramento de máquinas. Uma das especialidades da empresa é monitorar equipamentos dos navios de forma remota.
Com esse serviço, a SKF se concentra no ciclo de vida dos equipamentos. O objetivo é aumentar a vida útil do bem e reduzir custos de manutenção evitando paradas não programadas dos navios. "Podemos ajudar as empresas que atuam nesse segmento a se tornarem mais eficientes. Temos tecnologias que ajudam a melhorar o desempenho operacional de grandes embarcações", disse Amaral.
Ao todo, a empresa está apta a fornecer cerca de 40 produtos e serviços às empresas que atuam no setor. Fora do Brasil, a área naval da SKF tem seis centros de serviços situados na Holanda, Inglaterra, Noruega, Suécia, Dubai e Estados Unidos. Em 2011, a divisão naval faturou R$ 150 milhões em suas operações globais.
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